O Colégio Piramis, em sua trajetória desde 1982, vem acompanhando de perto as mudanças ocorridas na educação, que se tornam cada vez mais desafiadoras e preocupantes, para pais, professores, neste mundo conectado sujeito a riscos e benefícios às relações interpessoais.
Atualmente, a educação está sendo muito discutida no mundo. No Brasil, os adolescentes têm um respaldo legal, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei que protege o adolescente quanto aos seus direitos em relação à família e à escola. Os mesmos, tendo consciência desses direitos, não são raras as vezes que fazem uso abusivo deles.
A cada dia fica mais claro que a educação tolerante e permissiva não oferece condições para enfrentamento do mundo, o qual cobrará de tais crianças e adolescentes, disciplina e boa capacidade para se relacionar com uma hierarquia profissional. Portanto, é necessário que crianças e jovens sejam submetidos a um conjunto de valores éticos; pais e professores falando a mesma língua quando se trata de ensinar.
A nossa vivência, ao longo do nosso percurso profissional e acadêmico com crianças e adolescentes, tem demonstrado que os conflitos em sala de aula com alunos que não respeitam professores referem-se, em geral, a alunos que demonstram carência afetiva em consequências de falhas na dinâmica familiar. Esta, alterada, compromete o desenvolvimento emocional e cognitivo e desencadeia comportamentos inadequados.
Constata-se que os alunos submetidos a essa dinâmica familiar alterada são os que mais apresentam atitudes antissociais; são filhos de pais que, casados e recasados, são, na maioria das vezes, pouco presentes, o que faz de tais crianças e adolescentes pessoas sem história familiar e sem afetos.
Na teoria psicanalítica, entende-se que os conflitos dessas crianças e adolescentes geram uma tensão desagradável que vai tomar uma direção que coincide com a redução dessa tensão, ou seja, uma redução de desprazer para produção de prazer (Freud, 2003).
Acredita-se que o curso desses eventos invariavelmente, segundo Fechener, citado por Freud (2003), nos leva até onde os impulsos conscientes possuem certa relação com o prazer e o desprazer. Tais impulsos também podem ter uma relação psicofísica com condições de estabilidade e instabilidade (ambivalência).
Dolores Dominguez Galiñanes
Diretora Geral/ Psicóloga/ Mestra em Psicanálise
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